quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O CAVALINHO BRANCO


À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.

O cavalo sacode a crina
loura e comprida
e nas verdes ervas atira
sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livres
seus movimentos.
Trabalhou todo o dia tanto!
desde a madrugada!
Descansa entre as flores,
cavalinho branco
de crina dourada!

(In: Ou isto ou aquilo, 1964 - Cecília Meireles)

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